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  • Foto do escritorDani Serranú

Women Game Jam e uma história sobre Identidade

Esse final de semana rolou a Women Game Jam, um evento direcionado para o público feminino, trans e não-binário. Nessa jam eu não só aprendi a trabalhar com uma equipe grande como também cresci como profissional e pessoa.


Se você andou dormindo pelos últimos dias, saiba que esse fim de semana passado rolou a terceira edição da Women Game Jam, que teve mais de 10 sedes espalhadas por toda a América Latina e aconteceu em 8 cidades brasileiras.


Eu já escrevi sobre por que precisamos do evento em um outro artigo, por isso se você tem qualquer dúvida sobre esse assunto ou sobre representatividade, eu sugiro que você dê uma olhada nele antes de continuar lendo aqui.


O evento durou 48h e teve 8 equipes participando ao todo. Todas essas equipes entregaram builds jogáveis de seus projetos e todas tiveram que respeitar o tema Identidade e Independência.


Esse é um artigo um pouco mais pessoal, por isso provavelmente eu não vou sair ressaltando como tudo isso vai afetar na sua vida. A experiência que eu tenho para contar aqui é em como isso impactou na minha vida e na das pessoas que estiveram lá


Falado isso, vamos ao artigo e a promessa que o próximo vai ser menos pessoal!


Na minha equipe ao todo, tinham (pasmem!) 8 integrantes, cada uma completando alguma área específica que seria necessária para que concluíssimos a nossa Visual Novel. Nosso projeto tinha tudo para dar errado pela grande quantidade de integrantes (muitas tretas podiam surgir por aí) mas acabou que deu tudo muito certo.


A confiança que nós mesmas tinhamos em cada uma das integrantes fez com que não houvesse nenhum grande desentendimento ou problema que não fosse resolvido em grupo. A sinergia foi tanta que eu literalmente só vi a arte pronta 30 minutos antes da entrega da build final (louco, né?).


Apesar de ter passado muito mal no primeiro dia com uma crise de ansiedade que me fez sair correndo pra casa a noite, eu voltei para a jam no sábado com muita vontade de ver esse jogo pronto. E tudo isso só foi possível pela qualidade impecável que cada uma das integrantes do Grupo T colocou em seu trabalho.


Como essa equipe foi muito linda eu me sinto mais que na obrigação de falar de cada uma delas aqui pra você! Gente competente precisa ser divulgada!



Como as 3 líderes do projeto que fizeram malabarismos pra não deixar a peteca cair, nós tínhamos: Yara Grassi Goulffon (programadora), Daniele Arruda (game designer e roteirista) e Izadora Lima (game designer, roteirista, programadora e faz tudo).


Na parte artística nós tinhamos três monstras que fizeram as artes mais fofas desse mundo: Diana Imaizumi (artista digital), Fabiana Massini (artista digital) e Patrícia Nardi (artista digital). Por último e com certeza nada menos importante Isadora Penna e eu na parte de sound design. Eu tenho que pessoalmente agradecer a Isa por toda a ajuda na parte de áudio e por toda a paciência que ela teve comigo em toda a jam. Eu nunca tinha trabalhado junto com outra sound designer na equipe e foi uma experiência de aprendizado sensacional.


E óbvio, um agradecimento geral para todas essa equipe que só me dá orgulho, desde a qualidade do trabalho de cada uma (que me impressionou horrores), ao profissionalismo e a união que todas nós tivemos trabalhando juntas. #GirlPower


Mas enfim, você não está aqui pra ler sobre minha equipe né! Ta aqui pra saber que história de Identidade é essa! Pois bem, vou te explicar.


A coisa mais importante que eu aprendi nessa game jam foi como encontrar uma identidade para nós mesmos pode ser assustador. Alguma coisa mudou dentro de mim na jam e hoje eu me sinto mais segura com a minha própria identidade... Faz sentido? Ao entrar lá, conversar com as pessoas, bolar uma ideia... Eu tinha certeza que eu era uma pessoa tal, uma Dani diferente. Talvez uma Dani que fosse mais tímida e menos segura se minha capacidade realmente seria o bastante para impressionar toda aquela galera de empresas desenvolvedoras que foi lá no palco pedir nosso portfólio.


Talvez uma Dani que não tinha certeza se eu ia me enturmar com alguma equipe e que se sentiu assustada ao entrar sozinha naquele salão cheia de gente estranha.


Acontece que esse medo que tava dentro de mim, de não ser o bastante, eu também estampado vi na cara de muita gente que tava lá. Olhares meio tímidos pensando "Não sei se isso é pra mim...".


Mas o tema era sobre identidade! Era sobre isso que nós tínhamos que falar! Como criar um jogo se nós mesmas as vezes não nos reconhecíamos? Não sabíamos dizer que tipo de identidade nós tínhamos?


Se na maior parte do tempo, nós usávamos máscaras para esconder esse medo...?


O meu jogo na Women Game Jam foi o Tati Tatu. Uma tatuzinha que vive numa aldeia onde todos usam máscaras e essa é a única realidade que ela já conhecia. Até que um dia ela descobre uma nova máscara, uma másara diferente da sua aldeia e começa uma jornada. Uma jornada para saber quem ela realmente é.


No jogo, você pode escolher vários caminhos, entre enfrentar seus medos ou ser subjulgado por eles, entre viver um aprendizado ou se ater ao que você já conhece. Mas em um desses caminhos, você pode perder sua máscara e ser quem você é. Seja lá o que isso for.


No fim da game jam, vários jogos se aprensentaram no palco. Não importa o nível de polimento que cada um deles tinha (meu deus, isso é uma game jam!), cada um deles tinha uma mensagem muito forte sobre identidade.


Seja que você pode coletar peças para decorar o seu quadrado (criando uma identidade para ele) e compartilhá-lo com seus amigos, seja uma aventura vertical sobre retomar sua auto estima ou uma corrida para encarar seus medos, que tem tanto medo de você, que estão fugindo também.


Pode parecer super clichê, mas no fim dessa game jam eu me senti diferente. Me senti mais segura de saber que talvez eu não saiba quem eu sou mesmo. E que isso tá tudo bem. Porque a gente não precisa ter todas as respostas do mundo.


No fim, eu vejo que hoje, além de estar mais madura quanto a minha identidade, eu cresci como professional ao me deixar aprender que o meu trabalho tem muito a ver com como eu me sinto por dentro. Que um é o reflexo do outro.


Eu também vi muitas outras profissionais saindo de lá com essa alegria no olhar, de saber que tá tudo bem. Por isso, eu gostaria de agradecer pela milésima vez a organização e as participantes. Saibam que vocês são fodas e é isso!


Para jogar os jogos desenvolvidos nessa edição da Women Game Jam você pode acessar aqui! Aproveita e jogue o Tati Tatu, nosso jogo que fizemos com tanto carinho! Não deixa depois de me dizer do que achou! É isso aí pessoal!



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